O setor de tecnologia da informação tem sofrido inúmeras mudanças nos últimos 15 anos. De sistemas computacionais que ocupavam grandes salas dentro das empresas, hoje temos laptops e podemos fazer quase tudo com um bom aparelho celular. Até mesmo o aparelho de fax, que surgiu nesse meio tempo, quase não é lembrado pelos que estão cursando a universidade. Tudo mudou muito rapidamente e para melhor.
Enquanto algumas pessoas têm ressalvas em relação aos profissionais responsáveis diretamente por essas transformações, os apelidando de ‘nerds’, temos de concordar que esses ‘professores pardais’ dão nomes cada vez mais interessantes para as inúmeras aplicabilidades tecnológicas. Primeiro vieram as siglas, que ainda não caíram em desuso e ainda são empregadas sempre em Inglês, independentemente de você estar em Taiwan ou ter um termo correspondente em seu país de origem.
Atualmente, todos estão mais poéticos, ou talvez mais espertos. Tanto é que o termo “TI verde” pegou na hora, ainda que realmente ele sugira, em alguma medida, os benefícios do uso responsável e racional dos recursos naturais. Mas o mais curioso, nos últimos tempos, é ver um CIO indagando a outro sobre o significado de “cloud computing”. Afinal, se o termo vem sendo pronunciado pelos altos executivos da Microsoft, Apple, IBM e Dell, alguma coisa importante vem pela frente. Bem, nem sempre isso é uma verdade absoluta.
Sabemos que a capacidade gerencial é um item crítico dentro de uma empresa. O gestor à altura do cargo que exerce certamente vive se questionando sobre a performance e a funcionalidade dos recursos de TI da companhia. Ele sabe que há sempre novidades em TI, seja no segmento de hardware, software ou de serviços capazes não só de suportar as operações rotineiras, mas de se transformar em uma verdadeira vantagem competitiva diante de seus concorrentes. E que isso tudo significa mais dinheiro no caixa da empresa. Portanto, hoje em dia ele está atento a termos como ‘virtualização’, ‘cloud computing’ – mesmo sem saber ao certo o que é – e nas próximas inovações divulgadas na mídia e no mercado.
Uma coisa é certa: estar a par das inovações não é garantia de que elas sejam o melhor caminho para a estratégia de crescimento da empresa. Pelo menos, não sem o conhecimento das reais necessidades, objetivos e de tudo o que isso significa em termos de investimento. Isso justifica, em parte, a alta rotatividade de CIOs dentro das empresas. Certamente que são competentes, mas às vezes se deixam influenciar pelo deslumbre dos novos termos, criando necessidades onde elas não existem e investimentos em elefantes brancos.
O termo “cloud computing” já foi definido de várias formas, certamente até pelo seu próprio autor – ainda incógnito. A explicação mais plausível é que, ao contrário daquela imagem sugestiva de computadores voando pelos ares, se trata de formas de rodar sua base de serviços ‘nos ares’, utilizando um espaço já bastante explorado pelas operadoras de telefonia móvel. A idéia é permitir que alguém tenha acesso aos seus dados ou aos dados da sua empresa sem necessariamente estar fisicamente próximo. Total interação remota.
Se a virtualização, que propõe a multiplicação não só de servidores, mas de outros recursos de TI, como banco de dados, redes e desktops, não foi completamente percebida e aproveitada em sua totalidade pela maioria das empresas brasileiras, por exemplo, certamente ainda levará um tempo para a “cloud computing” cair no completo entendimento e aproveitamento.
Além disso, os métodos mais comuns utilizados hoje em dia para proteger o ambiente virtual não oferecem exatamente as mesmas garantias de segurança dos ambientes físicos. Isso vem exigindo aperfeiçoamento constante, como investimento em Data Center para se ter um backup automatizado, pronto para acelerar os processos de armazenamento e recuperação das informações com baixa movimentação, ou até mesmo a virtualização do backup. Portanto, antes de permitir que seus pensamentos voem nas ‘nuvens da computação’, a medida mais acertada é investir em uma infra-estrutura tecnológica viável e pronta para dinamizar os negócios da sua empresa.
Autor: Adriano Filadoro
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